Compliance e Governança ESG

Integridade, transparência e sustentabilidade na gestão institucional.

O que é Compliance

O termo Compliance deriva do verbo inglês to comply, que significa “agir de acordo com” ou “cumprir”. No contexto jurídico e corporativo, refere-se ao conjunto de mecanismos e procedimentos internos que asseguram que uma instituição — pública ou privada — atue em conformidade com leis, normas, regulamentos, políticas internas e princípios éticos.

Mais do que um requisito legal, o compliance representa uma filosofia de gestão baseada na integridade, na transparência e na responsabilização, criando uma cultura organizacional voltada à prevenção de irregularidades e ao fortalecimento da governança. Segundo Carvalhosa (2015), o compliance “é o braço ético da governança corporativa, pois traduz em prática cotidiana os valores institucionais de honestidade e boa-fé”.

No Brasil, o tema ganhou força com a Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção) e o Decreto nº 8.420/2015, que instituíram parâmetros para programas de integridade nas organizações. Contudo, o conceito vai além da anticorrupção: envolve a aderência integral a padrões legais, regulatórios, contratuais e reputacionais, abrangendo dimensões de ESG (Ambiental, Social e Governança), proteção de dados (LGPD – Lei nº 13.709/2018), responsabilidade fiscal e governança pública.

Compliance e Governança

Dimensão Estratégica e Cultural

Um sistema de compliance efetivo não se limita à criação de normas internas, mas exige uma transformação cultural que permeie todas as camadas da instituição. A ética deve ser internalizada como valor estratégico, e não apenas como obrigação jurídica.

De acordo com Bottini (2020), “a efetividade do compliance depende do engajamento da alta administração e da integração transversal das áreas, de modo que os riscos sejam compreendidos e mitigados coletivamente”.

Em instituições públicas e organizações do agronegócio, o compliance assume um papel crucial: garante a rastreabilidade dos atos administrativos, a regularidade dos contratos, a lisura nos processos licitatórios e a correta aplicação dos recursos públicos — pilares que sustentam a confiança da sociedade e dos investidores.

Dez Pilares do Programa de Compliance

Pilar Fundamentação e Aplicação Prática
1Comprometimento da Alta Administração (Tone at the Top)A liderança deve atuar como exemplo e patrocinadora do programa.
2Mapeamento e Gestão de RiscosIdentificação e mitigação de riscos legais, operacionais, financeiros e reputacionais.
3Código de Conduta e Políticas InternasDefine valores, condutas esperadas e sanções de forma clara e acessível.
4Treinamento e Capacitação ContínuaFormação periódica de colaboradores para fortalecimento da cultura de integridade.
5Canais de Denúncia e OuvidoriaInstrumentos seguros e anônimos para relatos de irregularidades com proteção ao denunciante.
6Monitoramento e Avaliação ContínuaAplicação de auditorias e indicadores para medir a efetividade do programa.
7Ações Disciplinares e CorretivasMedidas proporcionais que reforçam a seriedade da política ética.
8Auditorias Internas e ExternasRevisões independentes para identificar fragilidades e melhorias.
9Transparência e Comunicação InstitucionalDivulgação clara das ações e resultados para fortalecer a accountability.
10Aprimoramento ContínuoRevisão constante das práticas e incorporação de feedbacks e regulamentações.

Alinhados às Diretrizes da OCDE e à ISO 37301:2021, que define boas práticas internacionais para sistemas de gestão de compliance.

Benefícios e Impactos do Compliance

Compliance e Governança ESG

Na atualidade, o compliance consolidou-se como o eixo estruturante da governança ESG (Environmental, Social and Governance), transcendendo a ideia restrita de conformidade legal para tornar-se um instrumento de coerência organizacional e de credibilidade institucional. É por meio do compliance que a organização transforma seus valores declarados em práticas verificáveis, garantindo integridade, equidade, transparência e accountability.

Dimensões do ESG
  • Ambiental (E): implementação de práticas produtivas sustentáveis, gestão eficiente de recursos naturais e redução de impactos ambientais.
  • Social (S): promoção da diversidade, equidade, direitos humanos e relações trabalhistas éticas.
  • Governança (G): fortalecimento da transparência, dos controles internos e da prestação de contas à sociedade.

De acordo com Bottini (2020), a maturidade do compliance é o que transforma boas intenções em resultados verificáveis, ao estabelecer métricas de controle e responsabilidade. Segundo a OCDE (2021), “a integridade institucional é o ativo intangível mais valioso para a sustentabilidade de longo prazo”.

Ilustração sobre ESG

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